sexta-feira, 16 de agosto de 2013

MENOPAUSA E DOENÇAS CARDIOVASCULARES

  O risco de doenças cardiovasculares aumenta com a idade, mas para as mulheres torna -se mais evidente após o início da menopausa.
  A menopausa não causa doenças cardiovasculares. No entanto, alguns fatores de risco aumentam na época da menopausa. Ela também não é uma doença, é uma fase natural do ciclo de vida de uma mulher, que ocorre em torno dos 50 anos. Um aumento global de infarto do miocárdio em mulheres é observado cerca de 10 anos após a menopausa. A doença cardíaca é a principal causa de morte de mulheres.
   A queda do hormônio estrogênio natural, pode ser um fator que aumenta as doenças cardíacas entre as mulheres na pós-menopausa. Acredita-se que ele tem um efeito benéfico sobre a camada interna da parede arterial, melhorando a função endotelial. Isso significa que eles podem relaxar e expandir a arterial acomodando melhor  o fluxo de sangue.
  Apesar dos benefícios do estrogênio, não é recomendado a terapia hormonal pós-menopausa para reduzir o risco de doença cardíaca coronária ou acidente vascular cerebral, porque os estudos têm mostrado que ela não reduz o risco. O declínio de estrogênio não é a única razão pela qual as mulheres enfrentam um risco de doença cardiovascular mais elevado depois de atingir a menopausa. Varias modificações ocorrem nas mulheres nesta fase. A pressão arterial começa a subir. O colesterol LDL, ou colesterol "ruim", tende a aumentar, enquanto o HDL, ou "bom" colesterol diminui ou permanece inalterado. Os triglicérides também aumentam. A história familiar também contribui para o risco.
   As mulheres devem cuidar do coração através de exercícios regulares, uma boa alimentação e eliminar hábitos pouco saudáveis ​​como fumar, que também pode contribuir para a menopausa precoce, diminui a flexibilidade das artérias assim como os níveis de colesterol HDL.
   A American Heart Association recomenda pelo menos 4,5 xícaras por dia de frutas e legumes, pelo menos 6-8 porções por dia de grãos integrais ricos em fibras com base em uma dieta de 2000 calorias, e uma variedade de alimentos nutritivos a cada semana, como peixes gordos, frutos secos sem sal e legumes.
   Elas devem realizar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana para prevenir doenças cardíacas, e uma hora diária de um programa de perda de peso, dependendo das necessidades individuais. Andar a pé, de bicicleta, dançar ou nadar, são atividades que usam os músculos maiores em baixa resistência  sendo bons exercícios aeróbicos.
Referência: American Heart Association

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO E CÂNCER DE MAMA.

   Os anti-hipertensivos são medicamentos bastante usados em todo o mundo e por longos períodos, para não dizer por toda vida. Em consequência existe uma preocupação sobre a possibilidade deste uso prolongada causar alguns danos ao organismo, e vez por outra aparece alguma publicação associando-os a algum tipo de câncer. Primeiro associou-se os bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA), situação não bem evidenciada, mas que chama a atenção. Agora foi publicado um estudo observacional relacionado os bloqueadores dos canis de cálcio ao câncer de mama em mulheres.
Este foi um estudo observacional a longo prazo que avaliou o risco de câncer da mama e o uso de anti-hipertensivos que constatou que mulheres que usaram  bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) por 10 anos ou mais tiveram o duas vezes mais câncer de mama, enquanto que os inibidores de ACE, parecem estar associados a um risco reduzido.
   O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre uso de várias classes de medicamentos e os riscos de câncer de mama invasivo lobular e ductal em mulheres na pós-menopausa que usavam anti-hipertensivos. Foram avaliadas 1763 mulheres na faixa etária de 55 a 74 anos, 880 delas com câncer de mama ductal invasivo, 1.027 com câncer de mama lobular invasivo e 856 sem câncer servindo como controles. Verificou-se que o uso de BCC por 10 anos ou mais foi associado com maior risco de câncer de mama ductal (odds ratio [OR], 2,4; CI, 1,2-4,9 95%) (P = 0,04 para tendência) e de mama lobular câncer (OR, 2,6; CI, 1,3-5,3 95%) (P = 0,01 para tendência). Esta relação não variou significativamente por tipo de BCC usado (de curta duração vs longa duração, dihidropiridinas vs não-dihidropiridinas). Em contraste, o uso de diuréticos, β-bloqueadores e antagonistas da angiotensina II não foram associados com o risco. O mecanismo por trás do efeito é desconhecido, mas alguns pesquisadores suspeitam que esses medicamentos podem aumentar o risco de câncer por inibir a apoptose.
   Enquanto alguns estudos têm sugerido uma associação positiva entre o uso de BCC e o risco de câncer de mama, este é o primeiro estudo a observar que o uso a longo prazo dos BCC em particular, estão associados com o risco de câncer de mama. Pesquisas adicionais são necessários para confirmar esta descoberta e avaliar possíveis mecanismos biológicos subjacentes. Se o aumento de duas a três vezes no risco encontrada neste estudo for confirmado, o uso de BCC a longo prazo irá tomar o seu lugar como um dos principais fatores de risco modificáveis ​​para câncer de mama.
   "Diante desses resultados, se o uso de BCCs deve ser interrompida logo que o paciente tenha por 9,9 anos? a resposta é não, porque esses dados são de um estudo observacional, que não pode provar a causalidade e, por si só não pode fazer um processo de mudança na prática clínica ", disse Dra Patricia F Coogan (Boston University, MA)
Referências: The Heart.org, JAMA.