sexta-feira, 7 de setembro de 2012

META-ANÁLISE MOSTRA QUE CHOCOLATE BAIXA A PRESSÃO ARTERIAL

   Alimento rico em flavanol, o chocolate ou cacau consumido diariamente pode resultar em uma pequena diminuição na pressão arterial. É o que sugere uma revisão de 20 estudos de curto prazo feita pelo Dr. Karin Ried e colegas da Universidade de Melbourne, Austrália.
   A pesquisa, foi publicada no dia 14 de agosto de 2012 no Banco de Dados Cochrane de Revisões sistemáticas, atualização de meta-análise de cinco estudos e quinze ensaios. Na atual revisão, cerca de 900 indivíduos saudáveis, que consumiram cerca de 100 g de chocolate ou cacau diariamente apresentaram uma redução em média de 2,77 mmHg na pressão arterial sistólica e 2,20 mmHg na pressão diastólica, em comparação com indivíduos controle.
   O efeito da ingestão de "produtos ricos em flavonóides de cacau foi comparável as modificações de estilo de vida, como dieta e exercício ( redução de 3 a 5 mmHg ) e pode servir como uma opção de tratamento complementar.
   Isso é importante, uma vez que estudos epidemiológicos têm ligado a reduções ainda pequenas na pressão arterial, com efeitos benéficos sobre a saúde cardiovascular. No entanto, estudos mais longos são necessários para melhor elucidar os benefícios do chocolate, determinar as dosagens ideais, e examinar os resultados, tais como as doenças cardiovascular e acidente vascular cerebral.
Referência: The heart.org

domingo, 19 de agosto de 2012

RESUMO DOS TRABALHOS APRESENTADOS NO XX CONGRESSO BRASILEIRO DE HIPERTENSÃO

Resumo dos estudos apresentados no XX Congresso Brasileiro de Hipertensão 2012, encerrado no dias 07 de agosto de 2012, no centro de convenções Rebouças em São Paulo.
Referência: Revista Hipertensão

sábado, 11 de agosto de 2012

SUPLEMENTOS DIETÉTICOS E HIPERTENSÃO: POTENCIAIS BENEFÍCIOS E PRECAUÇÕES.

   Os suplementos dietéticos são bastante usados ​pela população em geral e muitos são usados para o  tratamento natural e controle da hipertensão. Os doentes com hipertensão muitas vezes optam por utilizar estes produtos, seja adicionalmente ou em substituição de farmacológico anti-hipertensivo.  Devido ao uso freqüente de suplementos, tanto os consumidores como os profissionais de saúde devem estar cientes dos problemas ​​em torno desses produtos e fatores que influenciam a sua eficácia e segurança. No momento quatro produtos apresentam evidências de possíveis benefícios, que são: coenzima Q10, óleo de peixe, alho e vitamina C e outros quatros foram consistentemente associados com aumento da pressão arterial: ephedra, ginseng siberiano, laranja amarga e alcaçuz.
   Os profissionais de saúde devem  ter conhecimento e serem capazes de discutir este assunto com os paceintes. Os pacientes devem ser lembrados que os suplementos nem sempre são seguros e que na maioria dos casos, eles não devem ser consumidos sem a supervisão de um profissional de saúde. Ao discutir abertamente este tema, os profissionais de saúde podem ajudar a melhorar a compreensão dos pacientes em relação ao uso adequado destes produtos e a comparação com tratamento farmacológico e as questões que envolvem a segurança e eficácia. 
   Enquanto pode haver um papel dos suplementos em particular no tratamento da hipertensão, há a necessidade de estudos bem desenhados para melhor definir a eficácia, segurança e implicações clínicas em comparação com os atuais tratamentos farmacológicos. 
Referência: The Journal of Clinical Hypertension Vol. 14 | N º 7 | Julho Jornal Oficial 2012 da Sociedade Americana de Hypertension

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

DEZ MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA QUE AJUDAM A CONTROLAR A PRESSÃO ARTERIAL

  Nem sempre é necessário a prescrição de medicamentos para baixar a pressão arterial. As mudanças no estilo de vida, pode baixar a pressão arterial e reduzir o risco de doenças cardíacas.
1. Perder quilos extras e reduzir a cintura abdominal.
   A pressão arterial muitas vezes aumenta à medida que o peso aumenta. Perder 10% de peso pode ajudar a reduzir pressão arterial. Em geral, quanto mais peso perder, menor será a pressão arterial. Emagrecer também faz com que a medicação para hipertensão se torne mais eficaz. Também deve ser observado a cintura. O acúmulo de gordura visceral coloca o paciente em maior risco de hipertensão arterial e aumenta o risco de eventos cardiovasculares.
2. Exercício físico regular.
   A atividade física regular, pelo de 30 a 60 minutos na maioria dos dias da semana, não menos do que 3 vezes, pode diminuir a pressão arterial de 4 a 9mmHg. Nos pré-hipertensos (pressão sistólica entre 120 e 139 ou pressão diastólica entre 80 e 89), o exercício pode ajudar a evitar o desenvolvimento de hipertensão. Nos já hipertensos, a atividade física regular pode trazer a pressão arterial para níveis mais seguros.
3. Dieta saudável.
   Uma dieta rica em grãos integrais, frutas, legumes e produtos lácteos magros e pobre em gordura saturada e colesterol pode reduzir a pressão arterial por até 14 mmHg. Este plano alimentar é da dieta DASH. Considere aumentar a ingesta de potássio. O potássio pode diminuir os efeitos do sódio na pressão arterial. A melhor fonte de potássio é de alimentos, como frutas e legumes, em vez de suplementos.
4. Reduzir o sódio na sua dieta.
    Mesmo uma pequena redução no sódio em sua dieta pode reduzir a pressão arterial por 2 a 8 mmHg. As recomendações para a redução de sódio são: Limitar o sódio a 2.300 mg (5 a 6g de sal) por dia, ou menos. Um baixo nível de sódio, 1.500 mg (3g de sal) por dia ou menos, é adequado para pessoas acima de 51 anos, e nos indivíduos de qualquer idade que são Africano-Americana, ou tenham hipertensão, diabetes ou doença renal crônica.
5. Limitar a quantidade de álcool.
   Em pequenas quantidades, ele pode potencialmente reduzir sua pressão arterial de 2 a 4 mmHg. Mas esse efeito protetor é perdido se você bebe álcool em excesso, geralmente mais de um drinque por dia para mulheres e mais de dois por dia para homens. Além disso, se você normalmente não beber álcool, você não deve começar a beber como uma maneira de baixar a pressão arterial.
6. Evitar produtos do tabaco e fumo passivo.
   No topo de todos os perigos de fumar, a nicotina pode aumentar a pressão arterial em 10 mmHg ou mais por até uma hora depois de fumar. Fumar durante o dia significa que a sua pressão arterial pode permanecer constantemente elevado.
7. Evitar excesso de cafeína.
  Os efeitos da cafeína na pressão arterial ainda são discutíveis. A cafeína pode causar temporariamente um aumento na pressão arterial, mas não está claro se o efeito é temporário ou de longa duração.
   Para ver se a cafeína aumenta a pressão arterial, deve-se verificar a pressão 30 minutos após beber uma xícara de café ou outra bebida com cafeína. Se a sua pressão arterial aumenta de 5 a 10mmHg, o paciente pode ser sensível a cafeína.
  Independentemente da sensibilidade aos efeitos da cafeína, recomenda-s beber não mais de 200mg por dia - sobre o montante em duas xícaras de café.
8. Reduzir o estresse.
   Estresse e/ou ansiedade podem aumentar temporariamente a pressão arterial. Fazer pausas para exercícios de respiração profunda, submeter-se a massagem, fazer yoga ou meditação, ajudam a controlar a pressão arterial. Se auto-ajuda não funciona, procure um profissional para aconselhamento.
9. Monitorar  a pressão arterial.
   Aprender a auto-controlar a pressão arterial com um monitor do braço pode ajudar a motivar.
Visitas regulares ao médico trás benefícios. Se a pressão arterial não está bem controlada,  poderá precisar consultar o médico mensalmente para rever o tratamento e fazer ajustes. Se a pressão arterial está sob controle, consultar o médico a cada 6 a 12 meses.
10. Obter o apoio da família e de amigos.
  Apoio da família e dos amigos podem ajudar a melhorar a saúde. Eles podem incentivar a participar de programa de exercícios, tecnicas de relaxamento a mudar o estilo de vida. Considerar a participação em grupos de apoio. Isso pode colocar em contato com pessoas que podem dar um impulso emocional ou moral e oferecer dicas práticas para lidar com esta condição.
Referência: Mayo Clinic

sexta-feira, 27 de julho de 2012

MEDICAMENTOS, SUPLEMENTOS E DROGAS QUE PODEM AUMENTAR A PRESSÃO ARTERIAL

   Alguns medicamentos, suplementos e drogas ilícitas e lícitas podem aumentar a pressão arterial (PA) em pessoas normotensas, ou piorar os hipertensos, através de mecanismos direros ou indiretamente interagindo com os anti-hipertensivos, diminuindo os seus efeitos. Na maioria a PA pode melhorar após a retirada do fator causador, mais algumas podem ter danos irreversível, principalmente nos rins e ser necessário o uso permanente de anti-hipertensivos. As causas da hipertensão arterial secundária, que corresponde a 5% da população hipertensa, são numerosas, e entre elas temos a hipertensão arterial causada por drogas.
   Paracetamol:
O uso de paracetamol diariamente pode desenvolver hipertensão. No entanto, não há nenhuma evidência de que, o uso ocasionalmente deste medicamento, aumente a pressão arterial (PA) a longo prazo.  Os analgésicos afetam a PA por diferentes formas, alternância entre eles pode ser a solução.
   Antidepressivos:
Antidepressivos funcionam alterando a resposta do organismo as substâncias químicas no cérebro, incluindo serotonina, noradrenalina e dopamina, que afetam o humor. Estes medicamentos podem aumentar a pressão arterial. Exemplos de antidepressivos que podem elevar a pressão arterial incluem: Venlafaxina, bupropiona desipramina, fenelzina e imipramina.
  Anticoncepcionais:
Os anticoncepcionais e outros dispositivos hormonais para controle da natalidade podem aumentar a PA através da constricção dos pequenos vasos e estimulação do SRAA. Praticamente todos os anticoncepcionais, adesivos e anéis vaginais podem aumentar a PA. Nos que já são hipertensos, deve-se considerar o uso de uma forma diferente de controle de natalidade. A pressão arterial pode ser menos susceptível ao anticoncepcional ou dispositivo que contém uma dose mais baixa de estrogênio.
  Cafeína:
A cafeína pode aumentar temporariamente a PA ao estimular a produção de cortisol e adrenalina. Exemplos de produtos que contêm cafeína e incluem: Pílulas de cafeína, cafeína do café, energéticos etc.
Não há evidências suficientes para provar que a cafeína aumenta a pressão arterial a longo prazo, alguns médicos sugirem limitar a quantidade diária de cafeína a não mais do que 200 miligramas (355 ml de café).
  Descongestionantes nasais:
Os descongestionantes  aumentam a pressão arterial por vasoconstricção (estimulação simpática).  Exemplos de descongestionantes incluem: Pseudoefedrina, fenilefrina, oximetazolina.
  Suplementos de ervas:
A maneira como cada os suplementos de ervas aumenta a pressão arterial varia.  Exemplos de suplementos de ervas que podem afetar a pressão ou medicamentos para pressão arterial incluem:  Laranja amarga, ephedra, ginseng, guaraná, alcaçuz e erva de São João.
  Imunossupressores:
Alguns imunossupressores podem elevar a pressão arterial, através da retenção de sódio e água ao nível renal, estimulação simpática, aumento da liberação da endotelina. Os principais são: Ciclosporina, metilprednisolona, tacrolimus.
  Corticóides:
Os corticosteróides elevam a PA através da retenção de sódio, e aumento da reatividade vascular à angiotensina II e norepinefrina. Exemplos: Prednisona, dexametasona, hidrocortisona e metilpredsolona.
  Antiinflamatórios não-esteróides (AINEs):
Os AINEs podem aumentar a PA principalmente através da retenção de sódio e água ao nível renal e bloqueio da síntese das prostaglandinas. Exemplos de NSAIDs incluem: Ibuprofeno, meloxicam, naproxeno sódico
  Estimulantes:
Estimulantes, como o metilfenidato (Ritalina), podem causar aumento da frequência cardíaca, arritmias e aumento da pressão arterial.
  Drogas ilegais:
As drogas ilegais pode elevar a pressão arterial causando vasoconstricção, aumento da FC, além de danos ao músculo cardíaco. Exemplos de drogas ilícitas que podem afetar o seu coração incluem: As anfetaminas, esteróides anabolizantes, cocaína, ectasy, maconha e fenciclidina (PCP).
   Outras: Eritropoetina, carbenoxolona, licor, bebidas alcoólicas, hormônios tireoidianos, etc
Referências: Mayo Clinic, ABC-SBC

quinta-feira, 19 de julho de 2012

TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NO PORTADOR DE DPOC

   A hipertensão arterial é uma das mais prevalentes doenças não transmissíveis no mundo, afetando 30-40% da população adulta. É freqüentemente associada com outras doenças, como: diabetes, doenças renais crônicas, asma brônquica, e doença pulmonar obstrutiva crónica - DPOC, que podem influenciar na escolha da terapia anti-hipertensiva. Segundo os dados da OMS, 250 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de DPOC, representando 5% da mortalidade total. A incidência da DPOC aumenta em todo o mundo. É a única causa de morte com o aumento de incidência, e estima-se que a mesma irá tornar-se a terceira mais prevalente, após o infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, até 2030.  A DPOC ocorre predominantemente em fumantes. As comorbidades mais comuns associadas a DPOC são hipertensão (28%), diabetes mellitus (14%), e doença cardíaca isquêmica (10%). Segundo os dados internacionais, a prevalência da DPOC entre os pacientes com hipertensão é semelhante ao da população em geral, assim, a coincidência das duas doenças é em torno de 2,5% da população adulta. A DPOC é considerada um risco independente para doenças cardiovasculares. Entre os pacientes com DPOC, a prevalência de insuficiência cardíaca é de 4 vezes, doença coronariana é 2 vezes, angina pectoris e infarto do miocárdio é 2,5 vezes, doença arterial periférica e arritmias 2,4 vezes, AVC é 1,5 vezes, maior do que na população geral. Além disso, existe uma ligação patogenética entre DPOC e hipertensão, a hipoxia pode aumentar a produção de radicais livres e disfunção endotelial, levando a hipertensão e suas complicações cardiovasculares. 
   Orientações para o diagnóstico e tratamento dessas doenças não são discutidas em conjunto, nas diretrizes internacionais. O tratamento da DPOC inclui terapias inalatória com agentes anticolinérgicos, beta-2 agonistas e corticosteróides, programas de reabilitação pulmonar e o uso de suplementação de oxigênio. Estas drogas podem afetar o sistema cardiovascular, coração e a pressão arterial, aumentando a incidência de eventos cardiovasculares tais como: Angina pectoris, infarto do miocárdio. Os objetivos da terapia anti-hipertensiva são normalizar a pressão arterial, prevenir a morbidade cardiovascular, diminui a mortalidade, prolonga a vida e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Os tratamentos incluem modificação do estilo de vida , cessação do tabagismo, redução da ingestão de sal, exercício físico e medicamentos. Muitos dos medicamentos anti-hipertensivos podem afetar a função das vias aéreas, tornando-o complexo. A terapia farmacológica da hipertensão envolve, na maioria dos pacientes, a combinação de fármacos. Para a seleção de drogas adequadas, além da DPOC, vários outros fatores também devem ser considerados, como: Dislipidemia, hiperuricemia, diabetes mellitus, doença renal crônica, os efeitos das drogas usadas para a DPOC no sistema cardiovascular e suas interações, bem como os efeitos dos anti-hipertensivos sobre as vias aéreas. Não há nenhuma evidência conclusiva em relação a ensaios clínicos randomizados que mostrem que as drogas anti-hipertensivas reduzem mortalidade ou morbidade em pacientes hipertensos portadores de DPOC. Isto é devido ao fato de que os ensaios são muitos pequenos, e não seguirem os pacientes por um período de tempo suficientemente longo, e muitas vezes não relatarem todos resultados importantes. Tiveram, no entanto, meta-análises mostrando que betabloqueadores cardio-seletivos reduzem a morbidade e mortalidade cardiovascular nestes pacientes. Além disso, as evidências são insuficiente para determinar qual droga é mais eficaz. Portanto, é importante saber que esta é uma das situações clínicas onde o tratamento não é sempre apoiado em estudos randomizados, mas em estudos de caso-controle ou opiniões de especialistas.  
   As conclusões são que em hipertensos com DPOC, é essencial incluir medidas não farmacológicas (exercício moderado por exemplo, física, regras alimentares, restrição de sal) e terapêutica medicamentosa. É absolutamente crucial parar de fumar. Para o tratamento farmacológico da hipertensão, não existe uma regra estrita, porque os pacientes  podem responder de forma diferente as diferentes drogas e combinações de fármacos. BCC, os bloqueadores do SRAA, de preferência BRA, ou BCC mais BRA, são recomendadas como as drogas iniciais. Se a resposta for pobre, diuréticos tiazídicos, betabloqueadores altamente cardiosseletivo, especialmente aqueles com propriedades auxiliares como nebivolol e celiprolol, ou antagonistas da aldosterona podem ser considerados. 
Referência: ESH