Este estudo avaliou o efeito do sedentarismo em doenças não transmissíveis: doença arterial coronária, diabetes tipo II, câncer de cólon e de mama, estimando o quanto dessas doenças poderiam ser evitadas se os indivíduos sedentários passassem a ser ativos, além de avaliar o ganho da expectativa de vida com essa medida.
No mundo, foi estimado que o sedentarismo é responsável por 6% da doença arterial coronária, 7% de diabetes tipo 2, 10% de câncer de mama e 10% de câncer de cólon. Além disso, a inatividade causa 9% de mortalidade prematura.
A tabela abaixo resume os riscos relativos associados ao sedentarismo, com e sem fatores de confusão ajustados, para os resultados estudados. O estudo demonstra também os dados para Brasil.

Riscos relativos calculados através das ARF dos desfechos associados aos sedentarismo no Brasil.

Se o sedentarismo diminuir, 10 ou 25%, mais de 533.000 e mais de 1.300.000 mortes podem ser evitados, respectivamente, a cada ano. A remoção do sedentarismo teria o maior efeito no câncer de cólon e o menor na doença coronária.
O estudo estimou que a eliminação da inatividade física pode aumentar a expectativa de vida em 0,68 anos (0,41 a 0,95).
O estudo demonstrou que o sedentarismo pode causar de 6 a 10% das principais doenças não transmissíveis, além de causar 9% das mortes prematuras (5,3 das 57 milhões de mortes em 2008). Esses achados apontam o sedentarismo como um fator de risco semelhante ao tabagismo e a obesidade. Estimou-se que o tabagismo foi responsável por 5 milhões de mortes em 2000, com uma aumento da expectativa de vida aumentada em 1,1 a 2,2 anos com a eliminação do fumo. Com a eliminação obesidade a expectativa de vida aumenta em 0,7 a 1,1 anos. Esses dados só enfatizam a importância de medidas de saúde pública para aumentar a atividade física praticada pela população. Se uma pequena parcela da população for estimulada e iniciar uma vida mais ativa, por exemplo, com 15 a 30 minutos de caminhada por dia, muitos benefícios, inclusive o aumento da sobrevida, poderão ocorrer.
Critérios de atividades propostos pela Organização Mundial de Saúde,
Crianças entre 5 e 17 anos | Adultos entre 18 e 64 anos | Acima de 65 anos |
Crianças e jovens com idades entre 5-17 deve acumular pelo menos 60 minutos de atividade diária com intensidade moderada a vigorosa. Quantidades de atividade física maior do que 60 minutos podem fornecer benefícios adicionais de saúde. A maioria da atividade física diária deve ser aeróbica. Atividades com intensidade vigorosa devem ser incorporadas, incluindo aquelas que fortalecem a musculatura e os ossos, pelo menos 3 vezes por semana. | Adultos com idade entre 18-64 anos deve fazer pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica intensidade moderada durante a semana ou fazer pelo menos 75 minutos de atividade vigorosa durante a semana ou uma combinação equivalente entre a atividade moderada e vigorosa. Atividade aeróbica deve ser realizada em sessões de pelo menos 10 minutos de duração. Para benefícios adicionais de saúde, os adultos devem aumentar a sua atividade moderada para 300 minutos por semana, ou realizar uma atividade intensa com duração de em 150 minutos por semana, uma combinação equivalente entre a atividade moderada e vigorosa. Atividades de fortalecimento da musculatura deve ser feito envolvendo grupos musculares maiores em 2 ou mais dias por semana. | Os idosos devem fazer pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica intensidade moderada durante a semana ou fazer pelo menos 75 minutos de atividade vigorosa durante a semana ou uma combinação equivalente entre a atividade moderada e vigorosa. Atividade aeróbica deve ser realizada em sessões de pelo menos 10 minutos de duração. Para benefícios adicionais de saúde, os adultos devem aumentar a sua atividade moderada para 300 minutos por semana, ou realizar uma atividade intensa com duração de em 150 minutos por semana, uma combinação equivalente entre a atividade moderada e vigorosa. Idosos com pouca mobilidade, devem realizar atividade física para melhorar o equilíbrio e evitar quedas, em 3 ou mais dias por semana. Atividades de fortalecimento da musculatura deve ser feito envolvendo grupos musculares maiores em 2 ou mais dias por semana. Quando não for recomendado a realização de atividade física por motivo de saúde, eles devem ser tão fisicamente ativos quanto as suas capacidades e as condições permitirem. |
Rederências: Cardiosouce, The Lancet, NCBI