Projeções recentes sugerem que 50% dos adultos nos países desenvolvido vão desenvolver hipertensão até 2025. A hipertensão resistente, definida como uma pressão arterial (PA) acima do alvo, apesar do uso de pelo menos três anti-hipertensivos, de mecanismos diferentes em dose máxima, dos quais um diurético, tem a sua prevalência e tratamento bastante discutido, estudos recentes sugerem que 20% a 30% dos pacientes com hipertensão são resistentes ao tratamento, geralmente associados a obesidade, diabetes e doença renal crônica, com tendência a aumentar nas próximas décadas. Estudos observacionais têm demonstrado que a adição de drogas anti-hipertensivas como clortalidona ou classes tais como agentes bloqueadores dos receptores dos mineralocorticóides, como espironolactona, ajudam a controlar a PA nestes pacientes. Mais recentemente novos dispositivos terapêuticos tem sido estudados, tais como: desnervação renal através de ablação das artérias, já com aplicação clínica definida e outro que estimula os barorreceptores carotídeos, em fase experimental, sistema RHEOS.
O estudo Rheos Pivotol (Rheos System, CvRx,Inc, Minneapolis, MN) foi o primeiro ensaio clínico em grande escala, randomizado, duplo-cego, patrocinado pelo fabricante, realizado nos Estados Unidos, para avaliar a segurança e eficácia de ativação barorreflexoterapia (MTD), implantado através de uma cirurgia nestes pacientes. O dispositivo consiste de um gerador de impulsos de estimulação colocado subcutaneamente na parede anterior do tórax com eletrodos bilaterais encapsulados em cada seio carotídeo. Ele funciona, fornecendo uma fonte exógena de energia para os barorreceptores carotídeos, interpretada como um aumento da pressão arterial. O cérebro envia sinais simpáticos inibitórios para os vasos sanguíneos, coração e rins resultando numa redução da PA. Para ser elegível neste estudo, os pacientes tinham que ter hipertensão resistente. Participaram 49 centros, sendo selecionados 590 pacientes entre março 2007 e novembro de 2009. Sendo total de 265 pacientes randomizados em 2 grupos bem pareados, seguidos por 12 meses. Os pacientes e os investigadores permaneceram cegos para o tratamento até após a visita de 12 meses. Foi permitido aos investiadores alterarem medicamentos anti-hipertensivos em ambos os braços do estudo durante o curso do ensaio. Foram 5 end point primário, 2 para eficácia aguda e sustentada, 3 para segurança, segurança processual e do dispositivo. Todos os cinco pontos tinham de ser cumpridos, a fim de se conhecer o end point primário. Os end point secundários foram pré-especificados e incluídos como significa mudança de PA sistólica ambulatorial e uma comparação de imediato com dispositivo.
O sistema Rheos foi o primeiro dispositivo em larga escala estudado nos Estados Unidos em pacientes com hipertenção resistente. A conclusão do estudo foi que o sistema não atendeu a 2 dos 5 end point primários, tais com eficácia a curto prazo e segurança. Estudos futuros devem abordar as falhas de projeto do presente estudo para melhor entender se existe um benefício clínico para o futuro desta tecnologia.
Vídeo: Sistema Rheos. (click)