Dez pontos importantes a serem considerados no tratamento da HAS no idoso, segundo consenso de expertes em HAS publicado pelo American College of Cardiology Foundation/American Heart Association em 2011.
1. A população dos Estados Unidos tem envelhecido e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) afeta principalmente indivíduos idosos (acima de 65 anos). Esta população tem maior predisposição ao desenvolvimento de lesão de órgãos-alvo e doença cardiovascular clínica.
2. A dislipidemia e a HAS são bastante comuns no idoso e é razoável que o médico seja agressivo no controle lipêmico e pressórico deste grupo de indivíduos.
3. O diagnóstico da HAS deve se basear em pelo menos três medidas diferentes da pressão arterial (PA), aferidas em duas ou mais consultas. Pelo menos duas medidas devem ser obtidas após o paciente estar sentado confortavelmente por pelo menos 5 minutos, com as costas apoiadas, os pés no chão, o braço apoiado em posição horizontal, com o cuff ao nível do coração.
4. Modificações do estilo de vida podem ser o único tratamento necessário para idosos com hipertensão leve. Cessação de tabagismo, redução de peso e de estresse, modificação na quantidade de sal e álcool ingeridos, e aumento da atividade física podem também diminuir as doses dos anti-hipertensivos.
5. O tratamento medicamentoso é altamente recomendado em idosos hipertensos, porém, deve-se ter cuidado redobrado devido às alterações na distribuição e biodisponibilidade das drogas e às mudanças no controle da homeostase cardiovascular, assim como na qualidade dos fatores de vida. A medicação anti-hipertensiva deve ser iniciada em baixa dose e gradualmente aumentada, dependendo da resposta pressórica, até a dose máxima tolerada.
6. Os diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida [HCTZ], clortalidona) são recomendados como terapia inicial. Nos hipertensos idosos que tem também doença arterial coronariana e angina estável ou infarto do miocárdio prévio, a medicação de escolha inicial é o beta-bloqueador.
7. Nos idosos hipertensos com diabetes mellitus, os bloqueadores do receptor da angiotensina são considerados as medicações de primeira linha, e como uma alternativa aos inibidores da enzima conversora da angiotensina (iECA) em pacientes com hipertensão e insuficiência cardíaca que não toleram iECA.
8. A maioria dos hipertensos idosos precisará de pelo menos duas medicações para o controle pressórico. Quando a PA está maior que 20x10mmHg acima da meta, pode se considerar iniciar a terapia com duas drogas.
9. Valores de PA sistólca <140mmhg são metas adequadas para a maioria dos pacientes com idade menor ou igual a 79; para aqueles com idade maior ou igual a 80 anos, 140-145 mmHg, se bem tolerado, pode ser aceitável. 10. No presente, a prevenção da hipertensão no idoso deve ser baseada primariamente na estratégia de restrição dietética de sal, controle de peso e atividade física.
Autor: Debabrata Mukherjee, M.D., F.A.C.C.
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